Desde pequena, mexericando em uma estante na casa de minha avó, ficava admirada com a quantidade de livros, coleções, coisas raras. Era uma estante com portinhas de vidro, e mesmo avisada sobre o perigo de acabar me machucando, assim que podia, corri para a "sala lá de dentro" da casa.
Também lembro dessa época, e ainda na casa de minha avó, onde eu ficava todas as noites para que minha mãe pudesse estudar pedagogia na faculdade, tinha um banquinho baixinho de quatro pernas de madeira e assento de couro. Eu sentava nele e fazia um outro banco de madeira, de três pernas, como mesa. De papel e caneta em punho pedia que minha avó sugerisse um assunto qualquer para que eu escrevesse.
Na adolescência, com a obrigação de ler livros na escola, não deixei de escrever nunca, mas passei a achar leitura um saco. Tinha a prova do livro, valia ponto na média. Eu deixava para a última hora, virava uma noite lendo o tal do livro, forçadamente. A verdade é que muito da falta de hábito de ler é por conta desse tom "chato" que qualquer coisa obrigatória tem.
Depois disso, minha mãe, professora, participou de uma capacitação em Faxinal do Céu e de lá, me trouxe o livro "Verônika decide morrer", do Paulo Coelho e escreveu na dedicatória: "Dizem que dar um livro de presente é ofertar conhecimento". Eu li esse, li outros, desgostei do Paulo Coelho porque quanto mais se lê, mais crítico a gente fica.
Teve papel imporante na minha vida o livro O Pequeno Príncipe. Ganhei de uma professora/amiga muito especial, que significa muito na minha vida. Depois de ler por várias vezes, fiz dez cópias e escolhi dez pessoas especiais para dar como presente de natal. Foi aí que descobri que "tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas" e também que mesmo num jardim cheio de rosas, nenhuma será igual à rosa que escolhemos cuidar na vida. Para quem já leu, sabe do que eu estou falando. Cheguei a tatuar O Pequeno Príncipe, porque o livro marcou minha vida.
Poderia citar aqui vários outros, mais maduros, mais políticos...seria um post gigante descrever o que cada livro que já li fez, de alguma forma na minha vida. Mas não posso encerrar o relato sem falar de Pablo Neruda, que foi sempre, um verdadeio confidente para mim.
Atualmente, trabalhando na rádio Onda Sul FM e através de uma promoção chamada Onda de Leitura, tenho o prazer de entregar nas mãos de ouvintes, livros sorteados no programa que faço, o Onda News. Neste Dia Nacional do Livro estou muito feliz por poder contribuir e incentivar uma atividade que sensibiliza, engrandece e enobrece o ser humano.
Eu nunca tive dúvidas sobre o que queria fazer na vida: comunicar.
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